Nunca havia passado por sua cabeça a possibilidade de agir dessa forma. Mesmo com sua cabeça tão criativa, possibilidade como essas não faziam parte de suas criações. Mas, naquele fim de tarde tedioso, as poucas possibilidades oferecidas pela cidade vazia, fizeram suas idéias voarem mais longe. Pensou sobre isso a primeira vez quando o sinaleiro fechou, logo na esquina de saída de seu escritório. De início assustou-se e tentou afastar esse pensamento da cabeça.

Algumas quadras adiante, sorrateiramente, a idéia voltou, já menos assustadora e disfarçada em meio a outras fantasias de sua imaginação.quando estava chagando em casa já se deliciava com a idéia. Já em casa, era difícil esconder a excitação e a ansiedade com as crescentes e deliciosas fantasias.

De noite, deitado na cama, em silêncio, foi inquirido pela esposa, “que cara é essa? Está rido de bobo?”.

Ficou ressabiado de dividir tamanhos impropérios com a sua amada e cair em descrédito, perdendo sua admiração e amor tão arduamente semeados nesses 3 anos de casado.

Mas devido a insistência característica das mulheres obstinadas, e das não obstinadas também, acabou contando.

De início, a cara de reprovação da amada, criou uma espécie de moderação, mas na medida em que os olhos claros dela começavam a brilhar, ele se sentiu liberado para viajar longe. Ao final de sua narração ela estava empolgada, excitada e até ria de nervoso. Combinaram que na manhã seguinte começariam a por em prática o plano miraculoso do marido. Tiveram dificuldades para dormir e, só depois de um sexo ardente, conseguiram se desligar e dormir.

Ao amanhecer ela ligou para seu ginecologista e marcou uma consulta. Ele foi falar com um amigo do cunhado que fazia plantão no hospital no hospital geral da cidade e conseguiu um encaixe para a tarde.

Na hora do almoço não conseguiam falar sobre outro assunto e, entre risos e tremores, acabaram o almoço em um hotelzinho do centro da cidade.Ao fim do dia,encontraram-se me casa, cada um carregando suas requisições e agendamentos dos exames pedidos pelos médicos.

Ligaram para alguns amigos que sabiam ter tido experiências similares. Mil recomendações e dicas, histórias de fracassos e sucessos, prazeres e dores, ódios e amores ao invés de acalmar os ânimos, acabaram aumentando a excitação. Terminaram a noite amarrados. Um fogo que a muito não tomava conta do casal

A semana correu nesse clima e, depois de todos os exames tomaram favoráveis, aproveitaram alguns dias de folga e viajaram. Nessa viagem algumas coisas deveriam ser postas em prática. Pequenos passos deveriam ser tomados e concretizados até a realização plena da fantasia, tudo deveria ser perfeito.

Durante a viajem procuraram conversar, escolher, experimentar e, quando voltaram para casa, estavam decididos.

Se fosse menina chamar-se-ia Maria, como a avó dela, se fosse menino chamar-se-ia Rubens, como seu avô…