A postagem 6 tratava do tema família, era uma citação de dois parágrafos do Erikson.
Essa postagem oito também vai tratar da família, até de uma forma parecida, falando da importância da família na constituição da comunidade a partir da criação e educação de seus filho.
Aqui, é uma visão crítica do Horkheimer sobre a sociedade burguesa e a função como sustentáculo do capitalismo, a partir da formação de uma estrutura intra-familiar que prepara o indivíduo para o trabalho na sociedade do capital:

“A família cuida, como uma das componentes educativas mais importantes, da reprodução dos caracteres humanos tal como os exige a vida social, e lhes empresta em grande parte a aptidão imprescindível para o comportamento especificamente autoritário do qual depende amplamente a sobrevivência da ordem burguesa.”

“Esta função da família foi destacada como atitude consciente, especialmente na época da Reforma e do Absolutismo. Acostumar o indivíduo a não se desesperar naquele duro mundo da nova disciplina de trabalho que se pregava, mas fazer boa figura exigia que a fria impiedade contra si e contra os outros se convertesse para ele em natureza. A tarefa da família de educar para o comportamento autoritário na sociedade foi, sem dúvida, descoberta muito antes pelo cristianismo .”

“… a força física do pai, aparece ao mesmo tempo, no protestantismo, como uma relação moral a respeitar. O pai, sendo mais forte de facto, o é também de jure; a criança não deve apenas levar em conta esta superioridade, mas deve ao mesmo tempo respeitá-la ao levá-la em conta. Nesta situação familiar, que é decisiva para o desenvolvimento da criança, já é antecipada em ampla escala a estrutura de autoridade da realidade fora da família: as diferenças existentes nas condições de vida do indivíduo encontra no mundo têm de ser simplesmente aceitas, ele deve fazer seu caminho sob a hipótese e não mexer nisso.”

“Na verdade, a família representa uma das formas sociais que, como elementos da atual estrutura cultural, devido às contradições e crises cada vez mais acentuadas, executam de forma cada vez pior as funções em si necessárias, sem que, no entanto, possam ser alteradas fora do contexto social geral. “

“Para criança burguesa, nos últimos séculos, a sua dependência do pai, dependência condicionada socialmente, parecia fruto de fatos religiosos ou naturais, e a experiência de que o poder paterno não é imediato via de regra se lhe apresentava apenas em caso de conflito externo: quando o pai dispunha dos poderes públicos para curvar a vontade rebelde e sufocar a teimosia infantil.”

“Não só a coesão imediata da força natural e da respeitabilidade atuam na família burguesa como fato educativo com vistas às estruturas de autoridade características desta sociedade, mas também tem uma outra qualidade do pai, aparentemente também inata. Ele é o senhor em casa, porque ganha o dinheiro ou, pelo menos, o possui.”

“Os caminho que levam ao poder são traçados, no mundo burguês, não pela realização de juízos de valor morais, mas pela hábil adaptação às circunstâncias. Disto o filho fica sabendo muito convincentemente a partir das condições de sua família.”

Não sou comunista, nem reformista. Mas o cara está certo!!!!!!