Quando percebi que não era comigo, de início me deu um frio no estomago, mistura de ciúmes com vergonha, mas, na medida em que me recuperei do susto, pude fingir que nada acontecia. Consegui bancar o difícil por alguns minutos, mas, era impossível tirar de vista seus exuberantes ummetroeoitentaedoiscentímetros, assim, após uns cinco minutos de conversa o jogo havia mudado e, agora, eu babava e espumava desejando tê-la a qualquer custo. Você já deve ter visto muitas vezes uma cena assim, similar a essa um cara normal (como eu), nem bonito nem feio, nem alto nem baixo, um “simprão”, como dizem por aí, histericamente descompensado por uma mulher descomunal. Enfim, um cara simples, babando por uma mulher linda. Bobo, eu preciso dizer que não sou, sei meu lugar no mundo e, como cara simples, sempre estive com mulheres simples, então, não foi assim que começou, de imediato eu babando pela diva. Ela estava no canto de um freezer de supermercado com duas amiga, compravam pizza, lasanha, sei lá o que. Estavam todas com roupas de academia e, ela, semi debruçada sobre o freezer, fazia todos os carrinhos do supermercado pilotados por homensheteros, homensbi, mulheresbi e mulhereshomo, se engavetarem entre as barracas de verduras. Para que você possa imaginar melhor, o supermercado é aquele grande que saiu na Rua Carlos de Carvalho, no Batel, já a roupa de ginástica era um macaquinho de ginástica bordo branca!!! Bom, de qualquer forma, sei meu lugar no mundo, pesquei minhas laranjas, aproveitei uns caqui e a vista, e segui na direção da minha necessária granola. Quando desviei meu caminho para comprar temperos, dou de cara com essa deusa fantástica e suas duas amigas, ela me olha de cima em baixo, sorri e diz “oi”. Eu olho para traz, só tem a atendente da padaria, retribuo o oi e vou pegar macarrão. Chego no caixa do supermercado, adivinha quem vem correndinho com o carrinho e pega o lugar atrás de mim? Isso! Um velho daqueles que vive reclamando do Lula e sente saudades dos militares (acho que os militares nem existiram). Discursos intermináveis e uma falha no cartão de débito e posso me encaminhar, sem nenhum dinheiro vivo na carteira e com aquela sensação de que a cielo me odeia, para o meu carro. Bem, sou simples, mas meu carro é legal! E o carro dela era o do lado do meu. A frase que me deixou em choque foi quase perfeita. Pinte a cena: morena e cacheada, 4 dedos mais alta que eu e de macaquinho de ginástica ela diz: “vamos tomar um café? Conheço um lugar ótimo”. De início, de novo, olhei pra traz, depois tive medo de assalto, enfim, temi pelos meus rins. Não acredito em histórias de internet, mas acredito nos meus rins. Sugeri uma cafeteria, ela me seguiu até lá. Batemos papo por mais de uma hora, e ela precisou ir embora. Eu espumando por dentro e fingindo uma normalidade enorme por fora. Levantamos em direção ao caixa do café, ela diz: “na correria deixei tudo no carro”, saquei minha poderosa carteira e, entrei em pânico, “vai que a ceilo sabe que sou eu e me ferra de novo!!”. O Pânico era tanto que eu suava e tremia, falhar o cartão na frente da diva em que, nem marca de calcinha eu via!!! Ahhh! O cartão passou,” beijo tchau, nos falamos,adorei te conhecer, no finds eu te ligo, beleza estarei esperando…”. Lig para quem? Se você conhece uma morena linda, que andou dando mole para um cara simples. Peça para que ela me adicione no face ou no G+, no nervosismo do cartão, esqueci de pegar o telefone e o nome da deusa e, bom… Se você é simples vai me entender …