Olhei o Blog, percebi que meus não leitores não deixaram recados hoje. Então continuo me dando a liberdade literária que preciso para não expressar minhas idéias e sentimentos de forma querente e lúcida!

Esse trechinho de texto é tirado de um livro do Adorno, um filósofo profundamente mal-humorado. Ele escreveu isso nos idos dos tempos nazistas. Mas, sem titubear, diria que descreve a nossa situação atual: Viva o Requião!

“Nas condições atuais, os próprios bens da fortuna convertem-se em elementos do infortúnio. Enquanto no período passado a massa desses bens, na falta de um sujeito social, resultava na chamada superprodução, em meio às crises da economia interna, hoje ela produz, com a entronização dos grupos que detêm o poder no lugar desse sujeito social, a ameaça internacional do fascismo: o progresso converte-se em regressão. O facto de que o espaço higiénico da fábrica e tudo o que acompanha isso, o Volkswagen e o Palácio dos Desportos, levem a uma liquidação estúpida da metafísica, ainda seria indiferente, mas que eles próprios se tornem, no interior do todo social, a metafísica, a cortina ideológica atrás da qual se concentra a desgraça real não é indiferente. Eis aí o ponto de partida dos nossos fragmentos.”